Paradoxos da história (3)

Última parte de uma série de artigos sobre a dissonância cognitiva após a queda do Muro de Berlim.

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Leia a primeira e a segunda partes deste artigo.

Toda sociedade é fruto do acúmulo de séculos de conhecimentos e tradições. Por tal razão, as gerações presentes não devem ridiculizar seus antepassados. Têm a obrigação de compreender seus contextos e aperfeiçoar costumes e instituições, e transferir para as gerações futuras toda a riqueza de conhecimentos acumulados ao longo dos séculos. Esta é a única forma de se impedir aventuras ditatoriais e totalitárias na política.

Apagar a linha que liga o passado ao presente é uma engenharia social fabulosa. E já se percebe isto claramente no corpo discente. É por isso que não se lê mais clássicos da literatura nacional ou mundial. Valoriza-se o linguajar errado e ridiculiza-se quem preza pela norma culta da Língua. O aluno que colou sem o professor perceber é valorizado pelos colegas, mas o “caxias” honesto é um bobo. Valoriza-se quem defende o criminoso e ridiculiza-se quem o condena. Quando já se percebe claramente tais condutas, que tipo de sociedade estamos construindo?

O fato é que estamos lidando com uma ideologia altamente flexível, que faz uso das liberdades promovidas pelo liberalismo para atacá-lo ferozmente. Trata-se de uma ideologia que está sempre se reinventando a cada fase da história e que já construiu dissonância cognitiva suficiente para alcançar um único objetivo: tomar o poder e nele se perpetuar.

A narrativa de igualdade social e de qualquer coisa, nada mais é do que um espantalho para enganar os incautos. São apenas métodos para se chegar ao poder. Socialismo, comunismo, esquerdismo e agora progressismo, são apenas nomes diferentes da mesma embalagem para camuflar o conteúdo que está muito além da compreensão dos próprios militantes.

Assim, no atual contexto histórico, a democracia é apenas mais uma regra que pode ser adaptada aos propósitos de ocasião. Agora, as armas para se tomar o poder são completamente diferentes das usadas na Revolução Russa (1917) e na Cubana (1959).

A desinformação é a arma mais poderosa do que as bombas e os fuzis, porque os dominados não oferecem resistências. Eles trabalham voluntariamente pela causa e ainda chamam os outros de fascistas justamente para ocultarem o que realmente defendem sem saberem o que estão de fato defendendo. Se perguntares para alguém o significado do termo “fascista”, que é vomitado constantemente, terás uma surpresa. Faça a experiência.

É incrível, inacreditável, que pessoas instruídas não enxerguem obviedades primárias. É incrível que súditos justifiquem os fuzilamentos promovidos por Che Guevara dizendo que se tratava de um homem do seu tempo, aliás, o mesmo tempo do regime militar no Brasil.

É incrível como os súditos dizem que o verdadeiro socialismo nunca existiu. Nunca se admite os erros e as mentiras. Apenas mudam as narrativas. Trata-se de um regime cujos líderes dizem que o asfalto é branco e os súditos acreditam, e ainda repetem exaustivamente.

“Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde” Chesterton (1874-1936 – dramaturgo inglês). Grande profecia!

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